Fifa – DoisToques https://blogs.dw.com/doistoques O blog do esporte da DW Brasil Wed, 11 Jun 2014 13:54:12 +0000 pt-BR hourly 1 Está aberta a última fase de vendas de ingressos para a Copa de 2014 https://blogs.dw.com/doistoques/2014/04/15/esta-aberta-a-ultima-fase-de-vendas-de-ingressos-para-a-copa-de-2014/ Tue, 15 Apr 2014 11:33:36 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1729 0,,17476080_101,00

Está aberta a última fase de vendas de ingressos para a Copa do Mundo de 2014. Um total de 199.519 entradas serão comercializadas através da página oficial do site da Fifa. Essa fase de vendas se estenderá até o final do torneio e os ingressos estarão disponíveis por ordem de encomenda. A partir do dia 1 de julho, as entradas também poderão ser compradas nos pontos oficiais de vendas nas cidades-sede do Mundial.

Das 64 partidas da Copa do Mundo no Brasil, dez já estão esgotadas. Não há mais ingressos para os seguintes jogos: a abertura em São Paulo no dia 12 de junho (Brasil x Croácia), os jogos 2 (México x Camarões), 8 (Inglaterra x Itália), 11 (Argentina x Bósnia Herzegovina), 17 (Brasil x México), 19 (Espanha x Chile), 33 (Camarões x Brasil), 34 (Croácia x México) e 35 (Austrália x Espanha), além da final no dia 13 de julho no Maracanã.

“Faltando menos de dois meses para a competição, esta é a última chance para que os torcedores garantam seus ingressos para o principal torneio de futebol do mundo. Estou confiante de que teremos uma grande procura pelos ingressos restantes, não somente por parte dos fãs brasileiros, mas também por pessoas de todo o mundo”, disse Thierry Weil, diretor de Marketing da FIFA, responsável pela venda de ingressos.

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Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, está otimista com a venda dos ingressos para a Copa

Até esta data, um total de 2.577.662 ingressos foi alocado durante todas as fases de vendas (incluindo o Programa de Hospitalidade da FIFA e outros grupos constituintes). Apenas 61% das entradas foram diretamente para o público geral via o site oficial da entidade. Contando todas as fases de venda ao público em geral, 1.591.435 ingressos foram reservados aos torcedores: 65% a brasileiros e 35% a estrangeiros. O Brasil permanece sendo o país com mais ingressos adquiridos (1.041.418 até agora), seguido pelos Estados Unidos (154.412), Austrália (40.681), Inglaterra (38.043) e Colômbia (33.126).

Vale ressaltar que a única plataforma oficial de vendas de ingressos é o site oficial da Fifa. A entidade não indicou nenhuma empresa como sua representante para a venda de ingressos das partidas. Portanto, não é aconselhável a compra de ingressos oferecidos por outras empresas, com exceção daquelas que são patrocinadoras oficiais do Mundial e participam de promoções para a Copa do Mundo.

Quem já adquiriu o seu ingresso nas fases anteriores de venda, pode retirar as entradas a partir desta sexta-feira (18/04) nos seguintes locais:

Belo Horizonte – Boulevard Shopping
Cuiabá – Shopping Pantanal
Fortaleza – Centro de Convenções de Fortaleza
Manaus – Centro Cultural dos Povos da Amazônia
Natal – Shopping Cidade Jardim
Recife – Recife Shopping
Rio de Janeiro – Casarão General Severiano
Salvador – Iguatemi
São Paulo – Ginásio do Ibirapuera

Brasília e Porto Alegre ainda não têm data definida para o início da retirada de ingressos.

Para mais informações e compra de ingressos, acesse o site da Fifa.

Atualização as 17:30: cerca de 60 mil ingressos foram comercializados nas primeiras duas horas de vendas. As partidas no Estádio do Maracanã e na Arena São Paulo não têm mais ingressos à disposição. 

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Ribéry: “O que mais eu deveria ter feito?” https://blogs.dw.com/doistoques/2014/01/20/ribery-o-que-mais-eu-deveria-ter-feito/ Mon, 20 Jan 2014 17:30:52 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1413 0,,17360967_101,00
Campeão de tudo que disputou na temporada, o craque francês do Bayern de Munique, Franck Ribéry, ainda não aceitou a eleição de Cristiano Ronaldo como melhor jogador do mundo em 2013. Em entrevista ao jornal “Abendzeitung”, de Munique, o atacante do Bayern disse que a escolha do Bola de Ouro envolve muita política. “Conquistei tudo com minha equipe e individualmente. Ronaldo não ganhou nada em 2013. Não estou triste, mas é algo que dói no coração”.

Ao tablóide “Bild”, Ribéry mostrou-se orgulhoso por ter estado entre os três finalistas, reiterou seu espírito de equipe, mas deixou escapar uma cutucada: “É óbvio que teria gostado de ganhar, mas estou bem. O que poderia ter feito além de ganhar tudo com o Bayern? Não sou egoísta, a Bola de Ouro não é o meu objetivo. Prefiro ganhar tudo com o Bayern e ser campeão mundial”.

Ribéry tem certeza de que merecia o prêmio. Além disso, estranhou o fato de na seleção da FIFA estarem apenas três jogadores do Bayern de Munique, que conquistou a UEFA Champions League, a Copa da Alemanha e a Bundesliga na temporada 2012/2013, e nenhum do Borussia Dortmund, outro finalista da Champions. Pior, na seleção da FIFA tinha quatro jogadores do Barcelona, eliminado pelo resultado agregado de 7 a 0 pelos bávaros na semifinal da Champions League.

“Ganhamos cinco títulos, fizemos história. Quem antes havia feito isso? Também faltam jogadores do Dortmund nesta equipe, não sei porque não estão (Mario) Götze e (Robert) Lewandowski”, completou o francês.

Pessoalmente não teria votado em Ribéry, simplesmente porque não enxergo nele um papel tão determinante nos resultados conquistados pelo Bayern de Munique como excercem Lionel Messi no Barcelona, Cristiano Ronaldo no Real Madrid, Luis Suárez no Liverpool e Zlatan Ibrahimovic no Paris Saint-Germain. Vejo os papéis, as funções na equipe, de Philipp Lahm e até de um Bastian Schweinsteiger tão importantes quanto as contribuições de Ribéry. Obviamente que as conquistas devem ter o seu valor reconhecido. mas a escolha é a de melhor jogador de futebol do mundo em um específico ano, e não a de melhor jogador de uma equipe que foi campeã de tudo. E o Bayern de Munique teria sido campeão da Champions League com Ribéry ou sem Ribéry.

Porém, está foi uma das eleições mais complicadas dos últimos anos. Cada um dos três, recebeu praticamente um terço dos votos. Uma diferença de apenas três pontos percentuais separaram os trÊs candidatos:
Cristiano Ronaldo – 27,99%
Lionel Messi – 24,72%
Franck Ribéry – 23,36% 

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França dá sorte no sorteio, mas reclama da Fifa com razão https://blogs.dw.com/doistoques/2013/10/22/franca-da-sorte-no-sorteio-mas-reclama-da-fifa-com-razao/ Tue, 22 Oct 2013 15:53:37 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1119

No final das contas a França deu sorte no sorteio da repescagem das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2014. É bem verdade, pelo time que possui a França também seria favorita contra Portugal e Croácia, mas convenhamos, eliminar a Ucrânia é uma tarefa mais do que possível. Porém, antes de realizado o sorteio, a Federação Francesa de Futebol reclamou do critério escolhido para definir os cabeças de chave da repescagem. E reclamou com razão.

O critério usado pela Fifa é o mais lógico e premia as seleções que tiveram o melhor desempenho nos últimos quatro anos: o ranking da Fifa. Nada mais justo do que as quatro melhores seleções não se enfrentarem no mata-mata pelas últimas vagas para o Mundial. O problema é que para somar pontos as seleções precisam jogar, obviamente. E é exatamente neste quesito que a França, por mais pífio que os resultados dos últimos quatro anos tenham sido, tem razão em alegar um desfavorecimento.

Como a França estava em um grupo com apenas cinco equipes, consequentemente, tiveram duas partidas oficiais a menos para pontuar e subir no ranking, em comparação com, por exemplo, a própria Ucrânia, que figura exatamente uma posição a frente dos franceses. E uma sexta equipe no grupo francês com certeza seria uma potência do calibre de San Marino, Luxemburgo ou Liechtenstein. Os ucranianos foram cabeça de chave e os franceses não. Façamos um comparativo entre as duas seleções nos últimos quatro anos, ou seja, de setembro de 2009 até a divulgação do ranking atual (período de vigência do ranking Fifa).

A Ucrânia disputou 49 partidas: 30 amistosos – 15 vitórias, 7 empates e 8 derrotas. Foram 3 jogos na Eurocopa – 1 vitória e 2 derrotas e 16 por Eliminatórias para Copas do Mundo – 9 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Ao todo, são 25 vitórias, 12 empates e 12 derrotas.
Já a França disputou 56 partidas: 25 amistosos – 12 vitórias, 6 empates e 7 derrotas. Foram 3 jogos na Copa do Mundo de 2010 – 1 empate e 2 derrotas; 4 partidas na Eurocopa de 2012 – 1 vitória, 1 empate e 2 derrotas; 14 jogos pelas Eliminatórias para a Copas do Mundo – 8 vitórias, 5 empates e 1 derrota e 10 partidas pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2012 – 6 vitórias e 4 derrotas. Ao todo, foram 27 vitórias, 13 empates e 16 derrotas.

Andriy Yarmolenko (esq.) é uma das esperanças da Ucrânia. Aqui disputa lance com Gaël Clichy.

A matemática não deixa mentir

À primeira vista, a França deveria ter mais pontos no ranking. Jogou e venceu mais vezes, além de ter disputado duas competições oficiais que os ucranianos não jogaram: a Copa do Mundo de 2010 e as Eliminatórias para a Euro de 2012. E tais competições valem mais na fórmula da Fifa: P=R x I x S x C

P= pontuação no ranking
R= pontos do resultado do jogo
I= importância da partida
S= força da seleção adversária
C= força da confederação continental (média das duas que se enfrentam)

R= 3 pontos po vitória, 2 por vitória nos pênaltis, 1 por empate ou derrota nos pênaltis e 0 por derrota.
I= x 4 Copa do Mundo, x 3 Copas continentais e Copa das Confederações, x 2,5 Eliminatórias para Copa do Mundo e Copas continentais e x 1 para amistosos. 
S= 200 – posição no ranking dividido por 100
C= Uefa e Conmebol (1 ponto), Concacaf (0,88), AFC e CAF (0,86) e OFC (0,85)

Mas se a França teve mais jogos oficiais, mais vitórias – por que então está atrás da Ucrânia no ranking? Isto porque há ainda um detalhe muito importante na computação dos pontos. Cada um destes últimos quatro anos recebe um peso diferente. Os últimos 12 meses têm um multiplicar de x1,0. E os anos subsequentes com os multiplicadores x0,5 – x0,3 e x0,2. Ou seja, na frente da fórmula básica (P= R x I x S x C) basta colocar para cada ano o multiplicador 100, 50, 30 ou 20. 

O fato da Ucrânia não ter disputado as Eliminatóias para a Eurocopa (era uma das anfitriãs) e a Copa do Mundo de 2010 não possui mais tanta importância no ranking. E sim, muito mais, o fato de ter somado 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota em jogos oficiais nos últimos 12 meses e os franceses terem somados 5 vitórias, 2 empates e 1 derrota.  

E no final das contas, são exatamente as duas vitórias da Ucrânia contra o lanterna deu seu grupoe, San Marino, que fizeram a diferença. Mesmo sendo um das seleções mais fracas do mundo, o cálculo é feito da mesma maneira como se o adversário fosse outro time da Europa. Vejamos o cálculo para a última vitória ucraniana por 8 a 0 contra San Marino, 207ᵃ no ranking: 3 x 2,5 x 0,5 x 1= 3,75 x 100= 375 pontos. Desta forma, a Ucrânia somou nestas Eliminatórias 750 pontos a mais que a França (375 de cada vitória contra San Marino).

Yohan Cabaye (6) fechou o placar na Eurocopa de 2012, o último duelo entre as duas seleções

A reclamação francesa, portanto, é válida e legítima. Tivesse a França tido em seu grupo San Marino e a Ucrânia feito duas partidas a menos, os franceses seriam cabeça de chave, e não os ucranianos. Talvez não teria mudado em nada o resultado do sorteio, mas mais importante ainda: tivesse a França tido um retrospecto melhor e não perdido 4 dos 7 amistosos que disputou (Japão, Alemanha, Uruguai e Brasil), estaria hoje em uma melhor posição.

Elencos parecidos com o do último encontro

Fato é também, que nos dias 15 e 19 de novembro França e Ucrânia disputarão uma vaga para a Copa do Mundo. Para os franceses basta manter a supremacia no confronto. As duas nações já se enfrentaram sete vezes, com quatro vitórias francesas e três empates. No último encontro, na fase de grupos da Eurocopa, a França derrotou a Ucrânia por 2 a 0, em Donetsk, gols de Yohan Cabaye e Jérémy Ménez. Se compararmos os convocados das últimas partidas com a daquele confronto na Euro, os elencos são bastante parecidos:
França: 13
– goleiros: Hugo Lloris (Tottenham-ENG) e Steve Mandanda (Olympique Marseille)   
– defesa: Patrice Evra (Manchester United-ENG), Mathieu Debuchy (Newcastle United-ENG), Gaël Clichy (Arsenal-ENG) e Laurent Koscielny (Arsenal-ENG)
– meio: Yohan Cabaye (Newcastle United-ENG), Franck Ribéry (Bayern München-GER), Samir Nasri (Manschester City-ENG), Mathieu Valbuena (Olympique Marseille) e Blaise Matuidi (Paris Saint-Germain)
– ataque: Karim Benzema (Real Madrid0-ESP) e Olivier Giroud (Arsenal-ENG)
Ucrânia: 12
– goleiros:
Andriy Pyatov (Shakhtar Donetsk) e Maxym Koval (Dínamo Kiev)
– defesa: Oleksander Kucher (Shakhtar Donetsk), Vyacheslav Shevchuk (Shakhtar Donetsk) e Yaroslav Rakitskiy (Shakhtar Donetsk)
– meio: Anatoliy Tymoshchuk (Zenit St.Petersburg-RUS), Oleh Gusev( Dínamo Kiev), Andriy Yarmolenko (Dínamo Kiev), Yevhen Konoplyanka (Dnipro Dnipropetrovsk) e Ruslan Rotan (Dnipro Dnipropetrovsk)
– ataque: Yevhen Seleznyov (Dnipro Dnipropetrovsk) e Marko Devic (Metalist Kharkiv)    

Franck Ribéry, aqui marcando o seu golaço contra a Finlândia, é a principal estrela da França

Se no papel, e podemos adicionar a volta de Eric Abidal e a nova promessa francesa Paul Pogba, a França é bastante superior. Mas se formo levar somente os números em consideração, a Ucrânia está invicta em 2013: oito vitórias e dois empates. E tirando os dois confrontos contra San Marino, os ucranianos anotaram 14 gols e sofreram dois em oito jogos. Já a França somou neste mesmo ano quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas com 17 gols marcados e 10 sofridos em 10 jogos.

Transpor essa defesa ucraniana será a missão de Franck Ribéry, eleito melhor jogador da última temporada europeia, e Olivier Girou e Karim Benzema, que estão em boa fase nos seus clubes. E já que o sorteio foi bondoso com a campeão mundial de 1998, digamos que, desta vez, os franceses deveriam (e devem) alcançar a classificação para a Copa jogando futebol com os pés, e não como Thierry Henry.

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O “gol fantasma” de Hoffenheim https://blogs.dw.com/doistoques/2013/10/19/o-gol-fantasma-de-hoffenheim/ Sat, 19 Oct 2013 16:39:52 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1081

Na partida que abriu a 9ᵃ rodada da Bundesliga, o Bayer Leverkusen venceu o Hoffenheim por 2 a 1 e assumiu, temporariamente, a liderança do campeonato. Tudo normal, se não fosse por um detalhe relativamente importante no futebol: a bola do segundo gol do Leverkusen não entrou. Não que tenha sido uma decisão difícil, com a bola pingando um pouco depois da linha da meta ou que o árbitro Felix Brych estivesse com a visão encoberta. Nada disso! Aos 26 minutos do segundo tempo, o atacante Stefan Kießling cabeceou, após cobrança de escanteio, e a bola passou uma distância considerável à direita da trave do goleiro Koen Casteels do Hoffenheim. A bola só chegaria a tocar na rede já quase na junta entre a lateral e os fundos do gol, onde um furo não havia sido detectado – outro erro que vai também na conta do trio de arbitragem. Com a bola dentro do gol e a falta de reclamação dos jogadores do Hoffenheim, que em sua maioria estavam de costas para o lance, o gol foi validado. Uma cena bizarra, mas não inédita no futebol alemão e que em outras épocas foi motivo para a anulação e a repetição de uma partida.

Após a partida o árbitro Felix Brych explicou o ocorrido: “foi uma situação difícil e eu tinha minhas leves dúvidas, mas a reação dos jogadores foi sintomática. Não havia nenhum sinal de que tinha sido um gol irregular. Por isso, eu dei o gol.”

Autor do gol que não foi, Kießling se mostrou surpreso com a validação: “no primeiro momento eu pensei que a bola não ia entrar, mas daí eu vi ela deitada dentro do gol. Falei para o árbitro que eu estava surpreso, mas que não havia visto direito. Quando eu vejo algo eu sempre ajo com sinceridade. Mas eu não vi o lance, porque eu virei o corpo com o movimento do cabeceio. É uma situação chata para mim. Eu fui bastante xingado pelos torcedores, por mais que eu não tenha culpa”.

Porém, o treinador do Hoffenheim, Markus Gisdol, não quer ouvir pedidos de desculpas. Para ele só há uma única solução para o caso: “nós não estamos no século 5. No final das contas o que deve prevalecer é o fair-play. Eu penso que teremos esta partida novamente. Estou convencido que isto é o que vai acontecer. Qualquer outra coisa seria uma piada. Este jogo não pode ser validado. E tem a precedência do caso Helmer”.

Casos famosos que envolvem a Alemanha

Na Alemanha, um gol que não entrou é chamado de “gol fantasma” e nesta categoria existe um em especial que é legendário. No dia 23 de abril de 1994, o Bayern de Munique recebeu o FC Nürnberg no antigo Estádio Olímpico de Munique. E aos 26 minutos de jogo, o zagueiro Thomas Helmer, após cobrança de escanteio, se enrola com a bola e empurra ela, rente a trave, para fora. O assistente avisa o árbitro, que dá o gol. O Bayern venceu por 2 a 1, mas a partida seria repetida, com nova vitória bávara, desta vez por 5 a 0.

A atitude que Stefan Kießling não teve, um outro atacante do Bayer Leverkusen, na temporada 1980/1981, teve. No confronto contra o atual campeão Bayern de Munique, o norueguês Arne Larsen Ökland anotou todos os três gols na vitória por 3 a 0. E se fosse pelo árbitro Udo Horeis, teria sido 4 a 0. Depois que Horeis havia confirmado o gol, o jogador foi até o árbitro e o informou que a bola havia entrado por fora do gol. Um gesto esportivo, mas raro, e o árbitro estendeu a mão e cumprimentou Ökland, agradecendo-o. Horeis marcou então tiro de meta. A cena, a partir do minuto 3:05, no vídeo abaixo.

Outro “quase-gol” famoso é o de Christian Tiffert. Em janeiro de 2010, o meia do MSV Duisburg arriscou um chute por cima do goleiro do FSV Frankfurt, a bola bateu no travessão e (muito) fora do gol.

A discussão mais famosa sobre se a bola entrou ou não, é certamente o gol de Geoff Hurst, na célebre final entre Inglaterra e Alemanha. Aos 11 minutos do primeiro tempo da prorrogação, o inglês anotou o terceiro gol e abriu o caminho para o único título mundial da Inglaterra. Foi feito até um trabalho científico para identificar e constatar a legalidade do gol.

Por outro lado, existe a categoria dos gols que não foram dados, mesmo com a bola dentro da meta. O lance recente mais famoso é o da Copa do Mundo de 2010, quando Jorge Larrionda não validou o gol de Frank Lampard no jogo Inglaterra e Alemanha.

Pedido de repetição da partida deve ser negado pela Fifa

Quanto mais vai demorar para que a Fifa e a International Board – órgão que regulamenta as regras do futebol – aceitem, implementem, incorporem e promovam a tecnologia da linha do gol? Ninguém está pedindo para que as partidas sejam interrompidas a cada cinco minutos para analisar cartões, faltas duras ou agressões. Apenas os cinco segundos necessários para que alguém diga no fone de ouvido do árbitro se a bola entrou ou não. Em prol do fair-play e do espírito esportivo, o futebol precisa se adaptar a modernidade e a gigantesca exposição nas mídias. Além do mais, seria uma tremenda ajuda para os árbitros que precisam lidar, praticamente sozinhos, com as críticas e a pressão da sociedade. Não esqueçamos a tentativa de suicídio em novembro de 2011 do árbitro alemão Babak Rafati, que depois afirmou que não estava mais conseguindo lidar com a pressão.

A partida entre Bayer Leverkusen e Hoffenheim, ao que a tendência indica, não será repetida. O Hoffenheim já entrou com protesto na Liga de Futebol da Alemanha (DFL), mas os casos sempre são transferidos para a Fifa, que é reticente e em todos os pedidos de repetição de jogos negou, declarando os resultados de campo como válidos. “Eu acredito que, por mais que ela possa ser às vezes injusta, a decisão factual é um tremendo bem em nosso país”, declarou Andreas Rettig, presidente da DFL. Além disso, há o argumento de que o furo na rede também é responsabilidade – e por tabela culpa –  do clube da casa, no caso o próprio Hoffenheim.

Todo este imbróglio e discussão não seria necessário se, nesta sexta-feira à noite, o árbitro Felix Brych tivesse tido a chance de consultar o sistema de câmeras na Wirsol Rhein-Neckar Arena, em Hoffenheim.

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Que país é teu? https://blogs.dw.com/doistoques/2013/10/15/que-pais-e-teu/ Tue, 15 Oct 2013 15:38:10 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=1007

Uma discussão delicada e complexa voltou a ter destaque na Europa na última semana. Num mundo cada vez mais globalizado, com uma crescente miscigenação de etnias e a locomoção, principalmente no continente europeu, bastante facilitada, está cada vez mais impraticável definir a nacionalidade das pessoas. Na mesma semana que o treinador da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, declarou que iria se encontrar com o jogador do Atlético de Madrid, Diego Costa, a fim de convencê-lo a não atuar pela seleção da Espanha, um caso muito mais intrigante, digno de tabuleiro do jogo estratégico War, colocou um jovem de 18 anos de idade nos holofotes da mídia: o atacante do Manchester United Adnan Januzaj.

Nascido em Bruxelas, na Bélgica, Januzaj é filho de pais kosovares de etnia albanesa. Só aí já são três nacionalidades. Além disto, a família da mãe do atleta, que possui raízes croatas, fugiu do regime da ex-Iugoslávia para a Turquia, e por tanto tem avós turcos. E para complicar ainda mais a situação, o Kosovo não é um país reconhecido oficialmente e o território é disputado por albaneses e sérvios. Se já não bastasse o imbróglio geográfico e político envolvendo as novas nações que se formaram do antigo território iugoslavo, agora a Inglaterra, país onde Januzaj atua desde 2011, também quer naturalizar o jovem talento.

Ao todo são sete países interessados no futebol de Januzaj. Para não criar problemas no futuro, ou tentar fazer com que Januzaj defenda as cores da Albânia, o pai do atleta proibiu que ele atuasse por seleções de categoria de base. Ambos descartaram diversas investidas da federação belga e, ao que tudo indica, as opções de atuar pela Sérvia, Croácia ou Turquia não passam na cabeça da família Januzaj.

E a vontade da Inglaterra em tê-lo também é hipotética e vai de encontro com o acordo fechado em 1993 entre as quatro federações de futebol do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), que determina que todos os atletas sem qualquer vínculo sanguíneo precisam comprovar no mínimo cinco anos de formação no determinado país. No caso de Januzaj, o clube formador foi o RSC Anderlecht, da Bélgica, do qual se transferiu a pedido de Sir Alex Ferguson, para o Manchester United, na temporada 2011/2012.

Xherdan Shaqiri, nascido no Kosovo, jogará a Copa do Mundo pelo país adotivo: a Suíça

Teoricamente só sobra a Albânia. O jogador, porém,  já teria dito que gostaria de atuar pela seleção do Kosovo, que ainda não existe. Sem possuir a legitimação da Fifa e do COI, o Kosovo só pode atuar em partidas amistosas, sem caráter oficial, sem ostentar a bandeira de um país que, oficialmente, não existe. E, muito por entender esse manifesto como uma forma de alavancar a legitimação do país, Januzaj declarou que gostaria de atuar pela seleção kosovar. Até que ponto ele vai sustentar esta posição é tão incerto quanto o fim da disputa territorial naquela região. Adnan Januzaj tem a difícil decisão de defender as nações dos seus pais, no caso Albânia ou Kosovo, e, assim como o liberiano George Weah nos anos 90, estar fadado a nunca alcançar grandes feitos com a seleção ou optar por fazer parte de uma equipe com mais potencialidade no cenário do futebol mundial, caso da Inglaterra, Bélgica, Croácia ou Turquia.

Multinacionalidades também na seleção da Alemanha

Januzaj não é o único kosovar de renome no futebol mundial. Os meiocampistas Xherdan Shaqiri, do Bayern de Munique, e Valon Berahmi, atualmente no Napoli, nasceram no Kosovo mas defendem a seleção suíça e, de quebra, estarão na Copa do Mundo de 2014. A Suíça, por sinal, possui em seu elenco uma diversidade de nove nacionalidades e descendências. A grande parte até nasceu na Suíça, mas poderia muito bem ter optado em atuar pelo país de origem de seus pais.

Se for feito um paralelo, até seleções do porte de uma seleção alemã de futebol, têm em seu currículo diversos jogadores que possuem raízes estrangeiras. E isto, porque a legislação alemão não permitia tal acontecimento até o final do governo de Helmut Kohl, na década de 90. Entre os mais famosos estão os poloneses Lukas Podolski e Miroslav Klose, o ganês Gerald Asamoah, o suíco Oliver Neuville e o esloveno Fredi Bobic. Até três brasileiros já vestiram a camisa da Alemanha: Kevin Kurányi (52 jogos e 19 gols), Cacau (23 jogos e 6 gols) e Paulo Rink (13 jogos).

Na Copa do Mundo de 2010, a Alemanha teve em seu elenco 11 jogadores ou nascidos em outro país ou com descendência estrangeira:
Miroslav Klose  – atacante – nasceu em Opole, na Polônia
Lukas Podolski – atacante – nasceu em Gliwice, na Polônia
Piotr Torchowski – volante – nasceu em Tczew, na Polônia
Mesut Özil – meia – filho de pai turco
Serdar Taşçı – zagueiro – neto de turcos
Sami Khedira – volante – filho de pai tunesiano
Dennis Aogo – lateral – filho de pai nigeriano
Jérôme Boateng – zagueiro – filho de pai ganês
Mario Gómez – atacante – filho de pai espanhol
Marko Marin – atacante – nasceu em Bosanska Gradiška, ex-Iugolsávia
Cacau – atacante – nasceu em Santo André, no Brasil

Caso Diego Costa: te quero, mas não te convoco

A dúvida em escolher um país para um dia jogar ou não uma Copa do Mundo não é ponto decisitório para o brasileiro Diego Costa. O sergipano se mudou para a Europa ainda com 16 anos de idade para atuar nas categoria de base do Sporting Braga de Portugal. Daí em adiante, Diego Costa jogou por outros sete clubes portugueses e espanhóis. O atacante brasileiro nunca esteve em um clube profissional do Brasil, fez toda a sua carreira no futebol na Europa e possui a cidadania espanhola. E então, jogar pela pátria de nascimento ou pela pátria de formação?

Diego Costa já marcou dez gols em oito partidas pelo Campeonato Espanhol e é artilheiro isolado à frente de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo

Existe uma regra estipulada pela Fifa, que regulamenta estes casos de dupla nacionalidade. Se um atleta já atuou na seleção principal por um país, ele está inviabilizado a jogar pelo outro. Mas no caso de Diego Costa, a Fifa já sinalizou que dará o aval para que o brasileiro atue pela seleção da Espanha, mesmo o atleta já tendo disputado dois jogos pela seleção brasileira. Isto porque, os jogos não foram oficiais. Em março deste ano, Luiz Felipe Scolari havia convocado Diego Costa para os amistosos do Brasil contra Rússia e Itália. Diego entrou no segundo tempo de ambas as partidas. No campo, a seleção brasileira precisa mais do Diego Costa, mas fora dele, a Espanha deu mais para o atleta. Felipão não deveria procurar a conversa com o jogador. Deveria convocá-lo ou deixar, juntamente com a CBF, que Diego Costa dê sequência à sua carreira.

Atualização 16.10.2013: segundo a agência de notícias esportivas SID, a CBF já teria enviado à Federação Espanhola de Futebol (RFEF) um documento declarando que Diego Costa não atuou em partidas oficiais pela seleção brasileira. Com este documento, o atleta está livre para atuar pela Espanha. A CBF, porém, reiterou na notificação à RFEF que o treinador Luiz Felipe Scolari pretende contar com o atleta. Então que convoque. Basta ver se Diego Costa vai aceitar, já que ele deixou claro a preferência em defender as cores da atual campeã mundial.

Aliás, este argumento da Fifa, alegando a eligibilidade de um atleta por uma segunda seleção quando este atuou apenas em amistosos pela primeira seleção, não ostenta um raciocínio lógico. Porque para o ranking da Fifa, que estabelece os cabeças de chave para uma Copa do Mundo, os inúmeros amistosos disputados nos últimos quatro anos ajudam a somar pontos e angarriar uma melhor posição no ranking, mas quando se trata da eligibilidade de um jogador de futebol, estes mesmos amistosos perdem o seu valor?

Fica a reflexão.

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Brasil volta ao top 10 do ranking da Fifa https://blogs.dw.com/doistoques/2013/07/04/brasil-volta-ao-top-10-do-ranking-da-fifa/ Thu, 04 Jul 2013 16:31:36 +0000 http://blogs.dw.com/doistoques/?p=239 Com a conquista da Copa das Confederações, o Brasil voltou ao top 10 do ranking da Fifa. Na lista divulgada nesta quinta-feira (04/07), a seleção de Luiz Felipe Scolari deixou a 22ª colocação, a pior de sua história, e agora ocupa a nona. A próxima pontuação deve sair em agosto.

Apesar da derrota para o Brasil, a Espanha continua em primeiro lugar, com 1.532 pontos. Atrás dela aparecem Alemanha e Colômbia, na segunda e na terceira posição, respectivamente. Apesar de o Brasil, que agora soma 1.095 pontos, ter pulado 13 posições, o país que mais avançou no último mês foi o Senegal, saindo de 99º para 74º colocação.

Para a pontuação final são levados em consideração dados como a importância da partida e a força da seleção adversária. Por ser sede da Copa de 2014, o Brasil não participou das Eliminatórias, o que custou alguns pontos à seleção.

1. Espanha 1.532
2. Alemanha 1.273
3. Colômbia 1.206
4. Argentina 1.204
5. Holanda 1.180
6. Itália 1.142
7. Portugal 1.099
8. Croácia 1.098
9. Brasil 1.095
10. Bélgica 1.079
11. Grécia 1.038
12. Uruguai 1.016
13. Costa do Marfim 1.009
14. Bósnia-Herzegóvina 995
15. Inglaterra 994
16. Suíça 987
17. Rússia 979
18. Equador 932
19. Peru 898
20. México 880

 

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